quarta-feira, 12 de junho de 2013

Na Santa Casa da Misericórdia de Silves...

No passado dia 31 de maio estivemos na Santa Casa da Misericórdia de Silves retomando as sessões de animação da leitura dirigidas aos utentes e técnicos daquela instituição, as quais irão ter uma periodicidade mensal, sempre a uma sexta-feira pelas 14h30.

Revisitámos obras e textos de autores portugueses e estrangeiros, que versam sobre a afetividade, a vida quotidiana, a influência dos media nas relações interpessoais, a liberdade e o sonho. Segue-se a lista completa dos materiais de leitura apresentados:

. A Manta, de Isabel Minhós Martins e Yara Kono
. O bebé que não gostava de televisão, de Rui Zink
. "Pássaros proibidos", de Eduardo Galeano (crónica)
. Diário inventado de um menino já crescido, de José Fanha
. A morte melancólica do rapaz ostra & outras estórias, de Tim Burton (seleção de textos)
. A árvore generosa, de Shel Silverstein
. "[A quem deves dar ouvidos:]", de Antonio Mateo Allende (poema)

Os voluntários participantes foram Alda Martins e Paulo Pires.





Um dos textos lidos foi a crónica "Pássaros proibidos" que o uruguaio Eduardo Galeano escreveu baseada em fatos reais, neste caso sobre a visita de uma menina de 5 anos a seu pai, um preso político, na década de 70 do século XX. Aqui fica o tocante vídeo legendado em português:


Alda Martins leu um poema, de Antonio Allende, retirado da obra Só tu serás o meu amor...:

A quem deves dar ouvidos:
ao sentimento ou à razão?
Nunca te hás-de arrepender,
se quem manda é o coração.

Se estás no caminho certo,
isso te dirá o tempo.
Porém, nunca deves lutar
contra um sentimento.

Nunca poderá estar mal
o que fizeres com amor,
pois o amor vem da alma
e a alma... deu-nos o Senhor.









No final da sessão ainda houve tempo para o Sr. Gregório Mourinho, de 93 anos (natural de Silves), utente daquela instituição, partilhar entusiasticamente connosco algumas quadras da sua autoria. Como ele próprio frisou, "eu nunca fiz um verso, mas um dia acordei de manhã e...":

Voa, voa passarinho
Nunca deixes de voar
As tuas penas são
As penas do meu pensar.

Corre, corre ribeirinho
Nunca deixes de correr
As tuas águas são minhas
São minhas pro meu viver.

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